quinta-feira, 7 de junho de 2012

Orquestra Marrabenta Star de Moçambique – Marrabenta Piquenique


O segundo álbum da grandiosa Orquestra da Rádio Moçambique. Marrabenta Piquenique. O título (Piquenique) e o som e a exuberância do álbum soam mesmo como se fosse o álbum de despedida de uma grande banda. Efectivamente, acabou sendo mesmo a despedida da orquestra – bom, pelo menos, para a sua composição clássica: a morte levou os geniais Sox e José Guimarães, o tempo envelheceu os fabulosos Wazimbo e Zeca Tcheco.

Outro grande álbum da Orquestra Marrabenta, outra grande obra no catálogo da Música Moçambicana, outro brilhante disco aparecido na década de 1990.

Em questões de composições e performance, este álbum é uma continuação da fórmula usada em Independance. No entanto, há uma grande diferença entre os dois álbuns. O som deste álbum é directo e brutal onde, em Independance, éra detalhado e polido. E as músicas de Marrabenta Piquenique são mais imediatas e descomprometidas, para além de que são misturadas com outros ritmos não-moçambicanos – como o Soukous e o Chimurenga. Aqui não se dão muitas voltas; vai-se directo ao assunto (e ao groove).

Um brilhante álbum, este de 1996, sem músicas más. O que de mal se pode apontar ao álbum é a colocação de “A Vasati va Lomu” (brilhantemente interpretada por Mingas) como a quarta música da lista. Esta música, ainda que brilhante, é tão lenta, tão morta, que acaba completamente desenquadrada após aquele grande início (com “Wene U’nga Yale”, “Matilde” e “Sobremesa”, o melhor início de um álbum moçambicano). A versão eléctrica de “Nwahulwana” é também grande, e muito mais poderosa do que a clássica versão acústica de Independance; e, já lá no fim, quando entra a bateria, a música transcende.

Esta grande orquestra de Marrabenta não voltará, ainda que reinventada, mas as suas obras permanecerão. E este Piquenique para sempre estará aqui.


por Niosta Cossa




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