quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Salif Keita – Papa


Papa é uma espécie de Afro-Trip-Hop, com bateria mecânica e baixo minimalista ásperos. É seco e alienado, impenetrável.

As músicas não parecem desenvolver, mantendo-se no mesmo ciclo repetitivo do início ao fim, soando a fragmentos musicais em experimentação. No entanto, tematicamente, é um álbum que explora a relação das pessoas com Deus e a inevitabilidade da morte.

E o tema, explorado desta maneira alienada, desconstruída, experimental, ganha outro sentido. Ou seja, com temas tão desconsolados colocados sobre músicas experimentais, acaba-se criando uma atmosfera para o álbum.

E vão-se revelando novos detalhes a cada audição de Papa. O álbum que, à primeira, parece simples, na verdade, acaba sendo muito complexo. Meticulosamente calculado.

No fim, Papa vale pelo conjunto, como um álbum. Dos mais estranhos trabalhos musicais africanos e também dos mais desafiadores, este álbum de 1999 do Grande Albino do Mali.


por Niosta Cossa



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