quinta-feira, 29 de março de 2012

En Bee The Drifa – Músicas de Drifa



 
Drifa (foto baixada do Facebook)

O maior xingondo que alguma vez se aproximou de um microfone para repar: En Bee The Drifa. Como ele não há outro vivo, e ainda vai demorar para que apareça.

Rapper “nativo de B-Town, um dos pioneiros do movimento hiphop beirense” (http://xitapora.blogspot.com/2008/03/drifa-o-hip-hop-no-esta-bem-porque-os.html), corre neste jogo “desde 1994, sem interromper o acto” (“Um Só Movimento”), com estilo próprio e de maneira única, tendo, gradualmente, se tornado um dos seus melhores executantes.

Trago, neste pacote, músicas soltas que Drifa foi gravando e/ou colaborando antes da aparição do seu álbum. No total, são 4 músicas daquele período, mais uma, “Curta”, excelente música – que conta com partições de Makarov, Izlo e Van C –, aparecida posteriormente, que decidi incluir no pacote como um sumário dos seus talentos.

Nas músicas incluídas no presente pacote, para além do clássico “Aproxima-te”, estão apenas músicas gravadas no (que está para ser) lendário estúdio que um dia existiu no Bloco 04, Beat Masters.

Sobre “Aproxima-te”, uma das melhores músicas do nosso Hip-Hop, pouco ou quase nada restou por se dizer. Até hoje me pergunto como pôde alguém pensar, produzir, escrever e executar imaculadamente em 5 minutos e 18 segundos uma música de puro génio.
“Agora é hora de pegar o micro
Obedeça o teu destino
Se repas mal, não há stress, eu te ensino
Afasta as pedras que aparecem no caminho
O meu pescoço sangra, mas eu não me inclino”


He’s the greatest! Por causa do álbum “Muitos Chamados, Poucos Escolhidos”, levei um bom tempo pensando que Drifa não éra um grande MC. Em 2007, quando descobri Drifa, o que primeiro escutei dele foi mesmo o álbum Muitos Chamados, Poucos Escolhidos. Uma obra-prima. Contudo, aquele álbum para o grande talento de Drifa é, de alguma forma, rapisticamente falando, modesto. Os seus talentos de MC não explodem completamente no álbum. O que o álbum revela é a visão única e magistral do artista. Um álbum brilhantemente concebido pelo mais genial dos xingondos rappers que nasceram nesta pátria.

Num artigo sobre o álbum, que escrevi na altura, em 2007, para o Panfleto d’Eskerda, cheguei a escrever que Drifa não éra um grande MC como Demo ou Duas Caras. No entanto, hoje, em 2012, eu retiro tudo que escrevi na altura. Depois de ter apanhado e escutado outras músicas, para além do álbum, a minha opinião teve que mudar.


O homem não tem par em frente à um microfone. É único. Em “Um Só Movimento”, brincou com o brilhante beat que ele mesmo produziu e massacrou liricamente o Sistema Aliado e Réu 0812, em uma das melhores músicas alguma vez gravadas na Beat Masters.

“Neste movimento não me interessa vens donde
Nem quando começaste a repar
Hoje ou ontem
Somos todos cães a ladrar
Pelo mesmo bone
E o nosso dono é um só: microfone

Quantas mais rimas tenho que escrever para te fazer entender?
Não interessa o number, escreva, eles vão perceber”


Na música-spot gravada para o estúdio Beat Masters, com o seu grupo Náuseas, junto com Máscara Negra, Baby Cash e DAC (hoje chamado de Makarov), produzida por No Blast, Drifa espalha talento e fantasia.

Por fim, neste pacote que tomei a liberdade de chamar Músicas de Drifa, vem a música “Bounce Vs Underground”. Uma grande música! Também produzida por No Blast, com participações da Dinastia Bantu e -2X. Sempre profundo e distinto, numa música gravada com o intuito de unir as desavindas alas fresh (Bounce) e rough (Underground) do Hip-Hop feito em Maputo na primeira metade da década 2000, só mesmo Drifa poderia dar-nos versos como:

“Yo, niggas apontam-se e arrastam a raiva por séculos
Querem puxar a sardinha underground para os seus becos
Outros querem empurrar o Bounce para os prédios
Fucked up, o respeito só está nos versos”


por Niosta Cossa

Um comentário:

  1. Yeah..granda mano o blog ta doce eh disso k o block precisa...forxa ai amigo niosta...zakheu

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