1996. Ano glorioso para o
Hip-Hop da África Lusófona. Foi o ano em que apareceu este álbum, 99% de Amor, daquele que foi o mais
influente grupo de Hip-Hop dos PALOPs, o grupo de Big Nelo, Jeff Brown, Paulo G
e Kudy: os brilhantes SSP.
De resto, este foi o primeiro
álbum de Hip-Hop de Angola. Um álbum festivo. Com um grande início – da
abertura (o furioso ataque “SSP”) à quarta música (a balada “Te Quero”) estão
perfiladas músicas poderosas.
Depois do grande início, o
álbum torna-se morno, e vai-se arrastando, embora de maneira adorável, para o
fim, com exibições dos skills
balançando entre a originalidade e os Dogg Pound.
Posteriormente, os SSP fizeram
um álbum melhor que este 99% de Amor – a
obra-prima deles é Alfa – contudo,
este é o mais importante álbum do grupo.
Fora o pioneirismo do álbum no
terreno hip-hop angolano, neste álbum, os SSP lançam as bases daquilo que viria
a ser o resto da sua carreira: sonoramente, o Hip-Hop leve, muito colado ao
Funk, com variações para ritmos africanos e caídas para o Ragga; tematicamente,
as festas e as curtições e o amor e as pregações para rectidão moral-social; e
em termos de performances, que variavam, por vezes rapidamente, das cuspidelas
rap para cantos R n’ B e para entregas ragga.
Desde o início, os SSP nunca
foram exactamente um grupo de Rap. Ou seja, desde 99% de Amor, os SSP foram um grupo que não se amarrou
exclusivamente ao Rap. Sempre foram artistas e, sempre que lhes interessou,
moveram-se por diversos estilos musicais e variados campos sonoros, com a mesma
(elevada) qualidade. Um grande grupo!
por Niosta Cossa
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