Não se sabe por quem os Kapa
Dêch foram aconselhados, entretanto, antes de partirem para França – onde
haviam gravado Katchume e onde foram
gravar este Tsuketani –, apareceram
nos mídia com uma conversa estranha que dava conta de que, para o novo álbum – Tsuketani – a banda havia se decidido
por compor músicas curtas, sucintas, resumidas, em contraposição à fórmula
apresentada no álbum anterior – Katchume
–, e isso porque as músicas daquele álbum eram “muito longas”. Péssimo
sinal!
Assim sendo, se as músicas
seriam curtas, resumidas, no formato pop, logicamente seriam acompanhadas de
experimentações com outros géneros musicais extra-África. Mau agouro!
O resultado, esse, veio
desastroso: uma banda irreconhecível, sem a energia envolvente do álbum
anterior; um álbum desinspirado, sem as fortes composições conseguidas no álbum
anterior e sem as performances estelares daquele mesmo álbum.
As bandas e artistas
moçambicanos virados para o mercado internacional sempre foram “especialistas”
em ou demorar para lançar um segundo álbum que sucedesse o primeiro,
lançando-os quando os seus “momentos de sucesso” tivessem passado, ou nunca os
lançar efectivamente. Todavia, com os Kapa Dêch foi diferente: eles estavam em
alta, no seu melhor momento, quando se decidiram por lançar o segundo álbum. Este
foi um álbum aguardado realmente com ansiedade. E, no fim, veio este álbum que
estava (muito) longe de ser bom.
Pouco se percebe deste Tsuketani. Não se encontra a sua
direcção e não se descortina a sua intenção. As composições soam forçadas e
feitas às pressas e as experimentações com a Rumba e o Funk e o Rock e o Dub
não funcionam. E, para finalizar o desastre, os grandes executantes da banda (o
vocalista Tony Django, o baixista Mitó Guambe e o guitarrista Dodó Firmo) não
brilham. Nem a participação do grande Ray Phiri salva o álbum – aliás, só o
piora e torna-o ainda mais frustrante.
Passam-se 10 anos desde Tsuketani – álbum de 2001 – e os Kapa
Dêch ainda não apareceram com outro álbum. Entretanto, pelo meio, o vocalista
Roberto Isaías saiu do grupo e Tony Django e o percussionista Pilecas morreram.
Portanto, não se sabe se os Kapa Dêch ainda aparecerão com outro álbum.
por Niosta Cossa
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