Grande compositor e dos
vocalistas mais excitantes da região austral de África, acompanhado por sua
magnífica banda. Na casa El Rey, em Albuquerque, New Mexico, por ocasião do
quinquagésimo aniversário de Mapfumo – o concerto é de 1995, no entanto, foi
lançado em 1999 – tocam apenas 7 músicas, com bateria, baixo e um ataque de
duas mbiras gêmeas. As mbiras, insistentemente e maravilhosamente, dão alma às
músicas, contudo, estranhamente, o baixo de Allan Mwale é que acaba dominando o
som da banda – o que torna as coisas ainda mais interessantes.
O minimalismo da
instrumentalização (e do canto) e a preponderância do baixo, à primeira,
surpreende, estranha e, até certo ponto, frustra, mas aí é que estão a novidade
e a força do concerto. O concerto é das mbiras; a bateria e, principalmente, o
baixo estão presentes para tornar as músicas dançáveis – e aqui é que estão
expostas também as limitações da mbira como instrumento rítmico e/ou central de
um concerto. No entanto, são necessárias repetidas audições para se perceber
esta ideia louca de instrumentalização e andamento das músicas.
Mapfumo e os Blacks Unlimited dão
um concerto vigoroso em El Rey. “Hwahwa” acaba sendo uma obra-prima. “Chikende”,
tão dançável e forte quanto um concerto de mbiras consegue ser. E, “Pfumvu
Paruzheva”, excitante.
por Niosta Cossa
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