Papa é
uma espécie de Afro-Trip-Hop, com bateria mecânica e baixo minimalista ásperos.
É seco e alienado, impenetrável.
As
músicas não parecem desenvolver, mantendo-se no mesmo ciclo repetitivo do
início ao fim, soando a fragmentos
musicais em experimentação. No entanto, tematicamente, é um álbum que explora a
relação das pessoas com Deus e a inevitabilidade da morte.
E
o tema, explorado desta maneira alienada, desconstruída, experimental, ganha
outro sentido. Ou seja, com temas tão desconsolados colocados sobre músicas
experimentais, acaba-se criando uma atmosfera para o álbum.
E
vão-se revelando novos detalhes a cada audição de Papa. O álbum que, à primeira, parece simples, na verdade, acaba
sendo muito complexo. Meticulosamente calculado.
No
fim, Papa vale pelo conjunto, como um
álbum. Dos mais estranhos trabalhos musicais africanos e também dos mais desafiadores,
este álbum de 1999 do Grande Albino do Mali.
por Niosta Cossa
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