Da Beira, no trilho deixado
pelos Kapa Dêch chegou, em 2006, Mbhole
Mbhole na Yona, dos Djaaka. Fulgurantemente, abrindo logo com a melhor
música do álbum – que dá título ao mesmo – seguida por outras 3 músicas
igualmente impressionantes.
O som dos Djaaka éra uma
mistura complexa da música de David Mazembe, dos Kapa Dêch e do Chimurenga (e um
tanto de Soukous). Não havia grandes inovações na música do grupo – que éra
muito simples e directa, guiada por uma timbila e uma guitarra – nem grandes
executantes – a banda éra regular e
tocava o suficiente para manter a música a andar – e as composições do Mbhole Mbhole na Yona não eram
revolucionárias – a estrutura éra Pop,
um verso-coro-verso estonteante, e as composições curtas e resumidas – mas
havia muito entusiasmo e muita paixão e muita criatividade.
A banda éra homogénea e criou
um som poderoso, sedutor o bastante para fazer de Mbhole Mbhole na Yona um álbum de sucesso, muito apreciado dentro e
fora de Moçambique. Aqui, os Djaaka conseguiram o que, provavelmente os Kapa
Dêch tentaram, sem sucesso, fazer em Tsuketani.
Fazer música africana de raiz que pudesse ser apreciada no Ocidente, uma
música que fosse moderna mas que lembrasse o passado e que fosse curta sem que
caísse na banalidade.
Mbhole Mbhole na Yona é
dos melhores, se não for o melhor, entre os álbuns moçambicanos aparecidos na
década 2000.
por Niosta Cossa
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